Dr. Celso Cukier
Considerando a importância do zinco para o sistema imunológico, há necessidade de suplementação em crianças prematuras? Existe quantidade recomendada?
Recém nascidos prematuros ou de baixo peso necessitam das mesmas vitaminas e minerais essenciais para crianças a termo. Porém, suas necessidades estão aumentadas devido à deficiência de seus depósitos orgânicos e imaturidade fisiológica.
O leite materno satisfaz plenamente as necessidades vitamínicas do prematuro, exceto em relação à vitamina D. Minerais como cálcio, fósforo, magnésio, sódio, ferro, cobre, iodo e zinco assumem importância na composição alimentar. O leite humano, apresenta melhor relação cálcio/fósforo e biodisponibilidade de ferro e zinco.
O zinco é elemento necessário ao crescimento e desenvolvimento normal do recém-nascido. É essencial para o crescimento, divisão e diferenciação celular, reprodução e reparação tecidual e influencia diretamente a imunidade celular. A oferta de zinco deve estar aumentada nos períodos de crescimento rápido, tornando lactentes e crianças vulneráveis à sua deficiência.
Sua recomendação ainda não é reconhecida para lactentes. É baseada no conteúdo de zinco no leite humano, já que este contém quantidades suficientes deste mineral.
Fomon (1993) determinou a recomendação de zinco em cerca de 2,0 mg por dia, levando em conta sua menor biodisponibilidade no leite de vaca e nas fórmulas lácteas industrializadas. O Codex Alimentarius (FAO/WHO) estabeleceu que fórmulas destinadas ao lactente contenham no mínimo 0,5mg de zinco por 100 kcal. As fórmulas indicadas para o prematuro, procuram preencher as necessidades do recém nascido prematuro e de baixo peso, adaptando-se às recomendações de vitaminas e minerais de acordo com o Codex.
O zinco pode ter sua absorção inibida cobre e, possivelmente, por cálcio e fósforo. Esta situação torna-se acentuada com a introdução ao leite de vaca e derivados.Conclui-se que não há necessidade de suplementação de zinco para crianças prematuras, visto que o leite materno apresenta alta biodisponibilidade deste mineral e as fórmulas lácteas destinadas a essa população atendem às recomendações da FAO/W
