Sal e hipertensão
Prof. Dr. Celso Amodeo
Cardiologista, Nefrologista
Pres. do FUNCOR
De acordo com um estudo patrocinado pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos a sensibilidade ao sal aumenta o risco de morte tanto quanto o aumento da pressão arterial. Este estudo demonstrou pela primeira vez que a maior sensibilidade ao sal aumenta o risco de morte mesmo nos indivíduos com pressão arterial normal.
Esses novos achados foram confirmados em americanos de ambos os sexos tanto da raça negra quanto branca. O estudo chamado "Sensibilidade ao sal, pressão arterial e mortalidade em humanos normotensos e hipertensos", foi publicado no Journal of the American Heart Association, publicado em fevereiro de 2001. O estudo foi conduzido em Indianápolis pela Escola de Medicina da Universidade de Indianápolis.
"Este estudo traz mais evidências de que os americanos devem ser mais cuidadosos na quantidade de sal que consomem" disse o Dr. Claude Lenfant, diretor do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NHLBI).
As pessoas que são normotensas mas sensíveis ao sal devem prestar atenção na quantidade de sal na alimentação para protejer a sua saúde.
O Dr Lenfant diz ainda que, infelizmente não há um modo fácil de testar a sensibilidade ao sal. Dessa forma é aconselhável que todos os americanos com pressão arterial normal sigam as recomendações federais de não consumirem mais do que 2,4g de sal por dia.
O investigador principal desse estudo foi o Dr. Myron Weinberg, Diretor do Centro de Pesquisa em Hipertensão Arterial da Escola de Medicina da Universidade de Indiana.
Outro estudo anterior mostrou que os indivíduos sal sensíveis estão sob maior risco de ter hipertensão arterial a medida que eles envelhecem. Os Estados Unidos tem um hábito alimentar de muito consumo de sal. A prevalência de sal sensíveis é maior na população negra, idosos e naqueles com história familiar de hipertensão arterial. Baseado em estudos anteriores estima-se que a prevalência de sal sensíveis seja de 26% entre os normotensos e 58% na população de hipertensos. Os indivíduos sal sensíveis ainda são mais propensos a desenvolverem hipertrofia ventricular esquerda e microalbuminúria.
Neste novo trabalho os autores reavaliaram pessoas que participaram de um estudo em hipertensão arterial há 25 anos atrás. O grupo original se constituiu de 708 pessoas com idade entre 18 e 80 anos. Os investigadores localizaram 596 pessoas que foram reexaminadas. Naquelas pessoas que morreram os autores identificaram a causa.
No início do estudo encontrou-se cerca de 40% de hipertensos e destes 45% eram sal sensíveis, 44% do sexo feminino e 25% negros. Cerca de 26% do grupo original tinham pressão arterial normal e eram sensíveis ao sal.
Os pesquisadores identificaram a sensibilidade ao sal através da administração de soro fisiológico seguido de diurético e mais volume nos dois dias seguintes.
Dentre os participantes que faleceram de causa cardiovascular (21%) não houve diferença entre os hipertensos e os normotensos sal sensíveis, porém houve uma menor mortalidade, estatisticamente significante, nos normotensos não sensíveis ao sal.
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